Salinidade do solo
A salinidade dos solos é medida pela presença de sais solúveis em quantidades que afetam o desenvolvimento e produção vegetal. Os sais solúveis mais encontrados nos solos salinos são cloretos, sulfatos e bicarbonatos de Na, Ca e Mg, numação menor, o potássio (K+), amônio (NH4+), nitratos (NO3-) e carbonatos (CO32-).
Os solos afetados por sais podem ser classificados em solos salinos, sódicos e salinos-sódicos, sendo definidos a partir dos valores de Condutividade Elétrica (CE), Percentual de Sódio Trocável (PST) e Razão de Adsorção de Sódio (RAS), abaixo do quadro.
Quadro 1 - Sistema de classificação de solos afetados por sais do Pessoal do Laboratório de Salinidade dos Estados Unidos
Os solos podem se tornar salinos de maneira natural ou antrópica. De forma natural através do intemperismo das rochas formadoras do solo, locais invasivos pela água do mar, escoamento superficial e drenagem lateral para áreas mais baixas e concentrando os sais na superfície do solo.
A salinização antrópica ou induzida em virtude do manejo inadequado da irrigação e fertirrigação, da alta taxa de evapotranspiração associada à baixa pluviosidade e ausência de drenagem do eficiente solo.
De forma natural ou antrópica, o excesso de sais prejudicando o crescimento das plantas pelo efeito direto no potencial osmótico da solução do solo, alta concentração de íons com potencial tóxico e também pelo efeito secundário de degradação das propriedades físicas do solo.
Os sais solúveis na solução do solo aumentam as forças de retenção de água devido ao efeito osmótico, dificultando a absorção de água pelas raízes e leva a planta a se esforçar mais para absorver os nutrientes da solução, mesmo em solo úmido, assim plantasm água e insuficientes nutrientes para suas necessidades.
Em situações extremas de salinidade a planta além de não conseguir absorver água, ela pode perder a água dos seus tecidos para tecidos o solo, fenômeno chamado de plasmólise, seguindo o movimento osmótico da água que passa do meio menos concentrado para o mais concentrado.
Geralmente, a toxicidade é causada por íons cloreto e sódio, e ocorrem devido à absorção excessiva desses elementos, ou pelo desequilíbrio nutricional em que um desses íons imobiliza um outro elemento arnando-o deficiente, por exemplo, o excesso de sulfato, carbonato e bicarbonato pode precipitar o cálcio e assim prejudicar o desenvolvimento da planta pela deficiência de cálcio. O desses acúmulo sais provocando danos no citoplasma apresentando sintomas visíveis como queima do tecido foliar, iniciando no ápice até as bordaduras das folhas, o esc cemitério, amarelecimento prematuro e queda de folhas.
Outro efeito da salinidade é a degradação das propriedades físicas do solo. O excesso de Na promoção da dispersão das argilas, afetando a estrutura, porosidade, condutividade hidráulica e infiltração de água, influenciando a capacidade produtiva dos solos.
Algumas práticas previnem a salinização do solo como o manejo adequado da irrigação e drenagem, o uso de água com baixa condutividade elétrica e de fertilizantes com baixo índice salino. Nos casos dos solos já salinizados, estes precisam ser recuperados pelo meio da retirada esses sais do solo e subsolo de forma que estão afastados da zona radicular e não retornem para as camadas superficiais.
Como técnicas de retirada dos sais se diferem de acordo com a classificação de salinidade ou sodicidade. No caso de solos salinos, a correção é realizada com a lixiviação dos sais por meio de uma lâmina de água adicional na irrigação, chamada lâmina de lixiviação. É importante a presença de um sistema de drenagem eficiente.
No caso de solos sódicos, a correção baseia-se no corretivo químico, lâmina de lixiviação e sistema de drenagem. O corretivo atua fornecendo o cátion (geralmente o Ca) para substituir o Na no complexo de troca e com a lâmina de lixiviação e sistema de drenagem adequada o Na é retirado das camadas cultiváveis. A escolha do corretivo depende das características de solo, disponibilidade e custos. O gesso é um dos insumos mais apropriados para o processo de correção da sodicidade do solo.
Os solos afetados por sais são limitantes aos cultivos agrícolas. O ideal é que se mantenha um monitoramento da qualidade do solo e da água, assim como o acompanhamento do desempenho da planta para evitar que os solos se tornem improdutivos, já que para recuperação, como práticas corretivas são onerosas.